A vida
O homem segue, passo a passo
A vida ficou para trás
Parcas lembranças, leve traço
Do que teve e não tem mais.
Pegadas leves na areia
Não demonstram o momento
Pesares, sons, tênues ideias
Talvez, algum arrependimento.
A certeza, no entanto, garantida
Do amor que não soube expressar
Chances perdidas, toda a vida
Resumidas nesse caminhar.
O que fazer das lembranças
Que acompanham o dia a dia
Sequer restam esperanças
De viver o que não via.
Ainda resta um destino
É certo, sabe disso
Os sorrisos doces de menino
Se perderam, não tem viço.
(Afonso Celso)
Brasília, 30/09/2021
Era uma vez…
Era uma jovem de vinte e poucos anos
Era um lugar pobre, de animais, uma cocheira
Era uma fé, uma certeza, sem enganos
Era um menino, uma esperança, luz certeira.
Era um caminho, uma saga, uma esperança
Era a promessa, o cumprimento de um destino
Era a certeza de uma Nova Aliança
Era o caminho destinado a um menino
Era a Palavra, uma saga, um carpinteiro
Era o poder contra a verdade e a luz eterna
Era um jovem dominando o mundo inteiro
Era um corpo sepultado na caverna
Era uma luz que subia ao firmamento
Era a esperança renovada eternamente
Era o espírito ressurgido no momento
É Jesus que nos abraça docemente.
(Afonso Celso)
Brasília, 29/09/2021
O Grande Rei
Tu que passas e finges que não vês
Galopas e maltratas pensamentos
Aceleras, deixas traços no viver
Finca marcos, deixa marcas dos momentos.
Vou ficar, não quero mais, vou fingir
Não adianta tentar me enlouquecer
Não aceito cicatrizes, vou fugir
Mas sei que é implacável teu querer.
Teu trabalho, agora e sempre, bem feito
Não importam os reclamos nem as dores
Sempre forte, impiedoso, do teu jeito
Destrói as bases, a beleza, e as cores.
Sob o jugo justo ou não, vejo agora
Que és senhor, da vida e firmamento
Não importa quem te chama, quem te implora
Implacável, não atendes, és o TEMPO.
(Afonso Celso)
Brasília, 18/09/2021
O Ocaso de um Rei
Cinco milhões de anos de aventura,
Chega ao fim a busca da verdade,
O coração cheio de fé e de ternura
Contrasta com momentos fúteis de maldade.
Não quero ser eterno, fique patente.
Quem me dera ter apenas outra chance
De tentar descobrir o que há à frente,
De achar o que estaria ao meu alcance.
Cruzei mares nunca antes navegados,
Segui trilhas, desertos e florestas
Montanhas, rios, muitos vales desbravados
Chego ao ocaso, não há cantos, não há festas.
A minha saga, sempre rumo ao infinito
Determinava os caminhos de um rei.
Hoje se encerra ao som rouco do meu grito.
Fechando o ciclo dos passos que não dei.
Usei errado o arbítrio e a inteligência
Fui contra a vida, a natureza e o natural
Plantei progresso, lutei guerras, fiz ciência.
Fiz muito o bem, em paralelo, muito o mal.
Assumo a culpa pelo desvio de caminho
Rasgo meu peito em protesto contra mim
Ter que deixar o meu legado, o meu ninho,
Ter provocado o meu destino, o meu fim.
(Afonso Celso)
Brasília, 16/09/2021
A Bandeira e o Campeão
Um ronco ensurdecedor se faz ouvir
Como uma flecha passa voando à minha frente
Ninguém imagina tudo o que está por vir
Por mais que queira, por mais que insista e tente
Setenta e uma voltas nos separam
De algo lindo e feito com amor
Se fosse dessas coisas que preparam
Não seria nunca tão arrebatador
A vitória, tão difícil, tão suada
Como antes acontecera, mesmo ali
O ídolo com a bandeira tremulada
Acenando para o povo que sorri
Aconteceu o que agora se repete
Trinta anos nos separam dessa glória
Ayrton Senna, a quem esse fato nos remete
De um amor sempre gravado na memória
Foi um inglês que agora se atreveu
A despertar esse sonho adormecido
A Lewis Hamilton, muito obrigado pois valeu
Por nos lembrar de nosso herói sempre querido!
(Afonso Celso)
Brasília, 21/11/2021
Num piscar de olhos
Num piscar de olhos eu te vi
Num piscar de olhos retornei
Num piscar de olhos te perdi
Num piscar de olhos te encontrei
Num piscar de olhos eu quis ter
Num piscar de olhos a emoção
Num piscar de olhos, reviver
Num piscar de olhos, coração
Num piscar de olhos procurar
Num piscar de olhos teu amor
Num piscar de olhos encontrar
Num piscar de olhos, teu calor
Num piscar de olhos, nunca mais
Num piscar de olhos que partiu
Num piscar de olhos, incapaz
Num piscar de olhos, me feriu.
(Afonso Celso)
Brasília, 18/12/2021
Solidão
A vida me pergunta aonde vou
O que quero, o que desejo, o que fazer
Não sei dizer ao certo onde estou
Imagina decidir o que querer!
O mundo que decide o caminhar
Obstáculos que encontro por aí
Que caminhos, que destinos encontrar
Vou agora ou decido não seguir?
Ah, destino inoportuno, insolente!
Fugaz decisão da minha vida
Arrogante, contumaz, independente
Deixa-me, estou quase de partida.
A decisão de ir ou de ficar
De deixar, dividir meu coração
Se agora ou depois me lamentar
Desfrutar tua companhia, solidão.
(Afonso Celso)
Brasília,24/12/21
———————–
Foto de Muhammad Ilyasa no Pexels
Marcas de batom
Fecho os olhos, abro a alma
Vejo a cor do teu batom
Sinto o gosto que me acalma
Suave, doce, o teu tom
Discreto, leve, aconchegante
Apazígua o meu viver
Deixa marcas num instante
De ternura e de prazer
Canto terno de sereia
Inebriante desengano
Enredando em uma teia
Teu encanto tão profano
Causa morte, causa dor,
Desespero e alegria
Num momento de torpor
Te encontrei, mas não queria.
(Afonso Celso)
Brasília, 31/12/21
Reflexos
O brilho no espelho de águas calmas
Traduz a intensidade do momento?
Ou o íntimo do meu ser, a minha alma
Se ressente de amor, de sentimento?
Sem ondas, mas com brilho, o meu reflexo
Mostra marcas do meu tempo, minha dor.
Não, não faz sentido, não tem nexo
Esse espelho aprofunda o meu torpor
Por que eu, aqui, por que agora
O acaso esse momento me reserva?
Não espero nem pra hoje, nem pra agora
O desfecho desse voto de minerva.
No horizonte eu encontro o meu destino
Não aqui neste espelho calmo e frio.
A certeza dos meus planos de menino
Me trouxeram para as margens deste rio
Aqui fico procurando a solução
Para tanto desapego e incerteza,
São tão duros estes dias de aflição
Inseguros, duvidosos, de tristeza!
(Afonso Celso)
Brasília, 08/01/22
O Guerreiro ferido
Um guerreiro sempre luta em uma causa.
Ataca, mata, se defende e morre.
Uma vida sem parada, sem ter pausa.
O pensamento da vitória sempre ocorre
Um guerreiro condiciona sua mente
a vencer, sempre lutar, se defender.
Se preciso retrocede novamente.
O objetivo de sua vida é vencer.
Sempre audaz, bravo, forte e arredio
Não comporta mais espaço para o amor.
Ganha a luta e vai pra outro desafio
Olhar de águia, coração de beija-flor.
No seu íntimo, coisas que ele não revela.
O objetivo é derrotar o inimigo.
Traz lembranças, uma triste outra bela.
Dia a dia companheiras do perigo.
Não pode desistir, tem que lutar.
Um duelo nunca deve ser perdido.
Neste momento, no entanto, vai parar.
Pois o guerreiro foi batido, foi vencido.
(Afonso Celso)
Brasília, 14/01/22
A vida
O homem segue, passo a passo
A vida ficou para trás
Parcas lembranças, leve traço
Do que teve e não tem mais.
Pegadas leves na areia
Não demonstram o momento
Pesares, sons, tênues ideias
Talvez, algum arrependimento.
A certeza, no entanto, garantida
Do amor que não soube expressar
Chances perdidas, toda a vida
Resumidas nesse caminhar.
O que fazer das lembranças
Que acompanham o dia a dia
Sequer restam esperanças
De viver o que não via.
Ainda resta um destino
É certo, sabe disso
Os sorrisos doces de menino
Se perderam, não tem viço.
(Afonso Celso)
Brasília, 30/09/2021
Era uma vez…
Era uma jovem de vinte e poucos anos
Era um lugar pobre, de animais, uma cocheira
Era uma fé, uma certeza, sem enganos
Era um menino, uma esperança, luz certeira.
Era um caminho, uma saga, uma esperança
Era a promessa, o cumprimento de um destino
Era a certeza de uma Nova Aliança
Era o caminho destinado a um menino
Era a Palavra, uma saga, um carpinteiro
Era o poder contra a verdade e a luz eterna
Era um jovem dominando o mundo inteiro
Era um corpo sepultado na caverna
Era uma luz que subia ao firmamento
Era a esperança renovada eternamente
Era o espírito ressurgido no momento
É Jesus que nos abraça docemente.
(Afonso Celso)
Brasília, 29/09/2021
O Grande Rei
Tu que passas e finges que não vês
Galopas e maltratas pensamentos
Aceleras, deixas traços no viver
Finca marcos, deixa marcas dos momentos.
Vou ficar, não quero mais, vou fingir
Não adianta tentar me enlouquecer
Não aceito cicatrizes, vou fugir
Mas sei que é implacável teu querer.
Teu trabalho, agora e sempre, bem feito
Não importam os reclamos nem as dores
Sempre forte, impiedoso, do teu jeito
Destrói as bases, a beleza, e as cores.
Sob o jugo justo ou não, vejo agora
Que és senhor, da vida e firmamento
Não importa quem te chama, quem te implora
Implacável, não atendes, és o TEMPO.
(Afonso Celso)
Brasília, 18/09/2021
O Ocaso de um Rei
Cinco milhões de anos de aventura,
Chega ao fim a busca da verdade,
O coração cheio de fé e de ternura
Contrasta com momentos fúteis de maldade.
Não quero ser eterno, fique patente.
Quem me dera ter apenas outra chance
De tentar descobrir o que há à frente,
De achar o que estaria ao meu alcance.
Cruzei mares nunca antes navegados,
Segui trilhas, desertos e florestas
Montanhas, rios, muitos vales desbravados
Chego ao ocaso, não há cantos, não há festas.
A minha saga, sempre rumo ao infinito
Determinava os caminhos de um rei.
Hoje se encerra ao som rouco do meu grito.
Fechando o ciclo dos passos que não dei.
Usei errado o arbítrio e a inteligência
Fui contra a vida, a natureza e o natural
Plantei progresso, lutei guerras, fiz ciência.
Fiz muito o bem, em paralelo, muito o mal.
Assumo a culpa pelo desvio de caminho
Rasgo meu peito em protesto contra mim
Ter que deixar o meu legado, o meu ninho,
Ter provocado o meu destino, o meu fim.
(Afonso Celso)
Brasília, 16/09/2021
A Bandeira e o Campeão
Um ronco ensurdecedor se faz ouvir
Como uma flecha passa voando à minha frente
Ninguém imagina tudo o que está por vir
Por mais que queira, por mais que insista e tente
Setenta e uma voltas nos separam
De algo lindo e feito com amor
Se fosse dessas coisas que preparam
Não seria nunca tão arrebatador
A vitória, tão difícil, tão suada
Como antes acontecera, mesmo ali
O ídolo com a bandeira tremulada
Acenando para o povo que sorri
Aconteceu o que agora se repete
Trinta anos nos separam dessa glória
Ayrton Senna, a quem esse fato nos remete
De um amor sempre gravado na memória
Foi um inglês que agora se atreveu
A despertar esse sonho adormecido
A Lewis Hamilton, muito obrigado pois valeu
Por nos lembrar de nosso herói sempre querido!
(Afonso Celso)
Brasília, 21/11/2021
Num piscar de olhos
Num piscar de olhos eu te vi
Num piscar de olhos retornei
Num piscar de olhos te perdi
Num piscar de olhos te encontrei
Num piscar de olhos eu quis ter
Num piscar de olhos a emoção
Num piscar de olhos, reviver
Num piscar de olhos, coração
Num piscar de olhos procurar
Num piscar de olhos teu amor
Num piscar de olhos encontrar
Num piscar de olhos, teu calor
Num piscar de olhos, nunca mais
Num piscar de olhos que partiu
Num piscar de olhos, incapaz
Num piscar de olhos, me feriu.
(Afonso Celso)
Brasília, 18/12/2021
Solidão
A vida me pergunta aonde vou
O que quero, o que desejo, o que fazer
Não sei dizer ao certo onde estou
Imagina decidir o que querer!
O mundo que decide o caminhar
Obstáculos que encontro por aí
Que caminhos, que destinos encontrar
Vou agora ou decido não seguir?
Ah, destino inoportuno, insolente!
Fugaz decisão da minha vida
Arrogante, contumaz, independente
Deixa-me, estou quase de partida.
A decisão de ir ou de ficar
De deixar, dividir meu coração
Se agora ou depois me lamentar
Desfrutar tua companhia, solidão.
(Afonso Celso)
Brasília,24/12/21
———————–
Foto de Muhammad Ilyasa no Pexels
Marcas de batom
Fecho os olhos, abro a alma
Vejo a cor do teu batom
Sinto o gosto que me acalma
Suave, doce, o teu tom
Discreto, leve, aconchegante
Apazígua o meu viver
Deixa marcas num instante
De ternura e de prazer
Canto terno de sereia
Inebriante desengano
Enredando em uma teia
Teu encanto tão profano
Causa morte, causa dor,
Desespero e alegria
Num momento de torpor
Te encontrei, mas não queria.
(Afonso Celso)
Brasília, 31/12/21
Reflexos
O brilho no espelho de águas calmas
Traduz a intensidade do momento?
Ou o íntimo do meu ser, a minha alma
Se ressente de amor, de sentimento?
Sem ondas, mas com brilho, o meu reflexo
Mostra marcas do meu tempo, minha dor.
Não, não faz sentido, não tem nexo
Esse espelho aprofunda o meu torpor
Por que eu, aqui, por que agora
O acaso esse momento me reserva?
Não espero nem pra hoje, nem pra agora
O desfecho desse voto de minerva.
No horizonte eu encontro o meu destino
Não aqui neste espelho calmo e frio.
A certeza dos meus planos de menino
Me trouxeram para as margens deste rio
Aqui fico procurando a solução
Para tanto desapego e incerteza,
São tão duros estes dias de aflição
Inseguros, duvidosos, de tristeza!
(Afonso Celso)
Brasília, 08/01/22
O Guerreiro ferido
Um guerreiro sempre luta em uma causa.
Ataca, mata, se defende e morre.
Uma vida sem parada, sem ter pausa.
O pensamento da vitória sempre ocorre
Um guerreiro condiciona sua mente
a vencer, sempre lutar, se defender.
Se preciso retrocede novamente.
O objetivo de sua vida é vencer.
Sempre audaz, bravo, forte e arredio
Não comporta mais espaço para o amor.
Ganha a luta e vai pra outro desafio
Olhar de águia, coração de beija-flor.
No seu íntimo, coisas que ele não revela.
O objetivo é derrotar o inimigo.
Traz lembranças, uma triste outra bela.
Dia a dia companheiras do perigo.
Não pode desistir, tem que lutar.
Um duelo nunca deve ser perdido.
Neste momento, no entanto, vai parar.
Pois o guerreiro foi batido, foi vencido.
(Afonso Celso)
Brasília, 14/01/22