Era o dia 24 de março de 1991.
O Brasil inteiro ligado na TV para assistir ao Grande Prêmio Brasil de fórmula 1.
Um piloto de 31 anos, completados na véspera, dirigia com maestria a sua McLaren.
O destino, no entanto, desenharia contornos dramáticos para aquela corrida que seria a primeira vitória de Ayrton Senna no Brasil.
À exceção da sexta marcha, todas quebraram, e o nosso campeão em um esforço que só os grandes heróis são capazes de fazer, conduziu o seu carrinho para a linha de chegada em primeiro lugar, não antes de pegar uma bandeira brasileira e, com ela, completar a volta da vitória em Interlagos, lugar que ele chamava apropriadamente de “minha casa”.
14 de novembro de 2021.
Trinta anos depois, um jovem piloto de 36 anos, britânico, heptacampeão, fez o Brasil sorrir e chorar novamente, não de tristeza, mas de saudade e alegria.
Mais uma vez a bandeira brasileira tremulava dentro de um fórmula 1 e, desta vez, quem a segurava com suas mãos hábeis e firmes não era um brasileiro e, sim, Sir Lewis Carl David Hamilton, inglês nascido na cidade de Stevenage.
Fã declarado de Ayrton Senna, o fantástico piloto conquistou o coração de todos os brasileiros e arrebatou um grito de alegria e orgulho que estava preso em nossa garganta desde o longínquo 1º de abril de 1994 quando, no Grande Prêmio de San Marino, circuito de Ímola, Itália, a 300 km/h a curva do Tamburello ceifou a vida do nosso herói.
A saudade vai continuar e, talvez, nunca mais vejamos outro brasileiro com as habilidades, coragem e determinação do nosso tricampeão mundial, mas o gesto de Sir Lewis Hamilton nos fez sentir novamente o sabor daquelas deliciosas manhãs de domingo quando percebíamos que podíamos ganhar de todos. A bandeira brasileira, no entanto, tremula sempre em nossos coração honrando a memória do nosso saudoso e eterno Ayrton Senna.
