Não gosto de ficar falando com saudosismo dos “velhos e bons tempos”. Isso porque eu acho que o meu e o seu tempo é agora. Não adianta ficar remoendo o passado, mas que a vida mudou e muito, isso mudou.
A pergunta que se faz é se mudou para melhor ou para pior.
Houve um tempo em que nós ficávamos na rua jogando futebol e soltando pipas (papagaio lá no nordeste) o dia todo e só voltávamos à noite e ninguém ficava preocupado conosco.
À noite, ficávamos de bate-papo com os colegas nas calçadas e não havia perigo nenhum que nos ameaçasse.
Alguém pode perguntar: Não havia deveres de casa? Claro que sim, mas nós fazíamos rapidinho e dava tempo para todo o resto.
Hoje uma criança não pode sair de casa sozinha em hipótese nenhuma. Todos temos um celular que nos vigiam o dia inteiro e ainda dizem que somos livres.
Eu questiono essa liberdade disfarçada de comodidade.
Claro que as informações viajam hoje à velocidade da luz e o que aconteceu na China há dois minutos nós já estamos sabendo agora. Antigamente, uma notícia dessas levava meses para chegar até nós.
Quando chegava!
Mas, somos mais felizes agora? Apesar de tantas comodidades, facilidades impensáveis há até poucos anos, será que temos mais tempo para nós mesmos?
Vemos os nossos filhos e eles a nós o tempo suficiente?
Quem nos educa? (Esta é uma pergunta difícil de responder!)
A educação começa em casa, diziam. Eu acho que não. A educação acontece em casa, nas escolas, ocorre a informação e a especialização.
Eu me lembro do nome da minha primeira professora. Você lembra do nome da sua? O seu filho vai se lembrar do nome da primeira professora dele?
Ah, mas que importância tem isso? (Alguns certamente vão dizer).
Eu digo que tem muita importância por um sentimento que está ficando em desuso e que se chama gratidão.
Sim, gratidão por nos terem ensinado as primeiras letras e os primeiros números. Dizem que a educação da primeira infância é a base para tudo.
Concordo e sou grato, serei eternamente grato aos meus pais e aos meus professores, principalmente à professora Socorro, lá do Grupo Escolar.