O VÔO NA PEQUENA ÁREA

Não, eu não esperava mais.

Na verdade, ninguém esperava mais.

Na trigésima terceira rodada do campeonato brasileiro de 2021, aos 48 minutos do segundo tempo, aconteceu.

Em uma jogada linda, inesperada e inusitada Rodinei passou entre dois adversários e cruzou para Bruno Henrique cabecear no canto contrário ao do excelente goleiro corintiano, Cássio.

A bola cruzou o pequeno espaço aéreo da área corintiana, dançando como numa bailarina de um espetáculo da escola russa e se apresentou, bela, limpa e despudorada para o cabeceio do fantástico atacante flamenguista que, de forma, ferina, precisa, certeira e decidida violou a outrora inexpugnável meta do Coríntians descrevendo um voo majestoso na pequena área corintiana.

Não, não foi uma bomba, um terremoto ou outro cataclismo. Foi apenas a torcida, presente no Maracanã, que explodiu de alegria.

Ouviram-se gritos de gol em todos os cantos do país (e em alguns do exterior), inclusive no meu apartamento.

Os corações se alegraram, os cenhos, antes carrancudos e sombrios, abriram-se em um sorriso com dimensões imensuráveis.

Sabemos que este campeonato está praticamente perdido, é do Galo, mas a vitória de ontem, 17/11/2021, quase teve o mesmo valor.

É claro que o campeonato ainda não acabou, mas, reconheçamos, é muito difícil que o cenário mude.

Resta-nos, portanto, esperar que, no dia 27/11 a glória eterna se repita e consigamos mais um título da Libertadores, o terceiro da história e o segundo consecutivo.

Isso é perfeitamente possível.

Nisso eu acredito.