Não acredito no fim dos tempos, mas acredito no fim da humanidade.
Não sei quando isso vai acontecer, mas, infelizmente, não tenho dúvidas de que vai acontecer.
Já houve cinco eventos de extinção em massa anteriores, os quais eliminaram mais de setenta por cento de todos os seres vivos do planeta. Estou falando de animais e de plantas. Quele que eliminou os dinossauros foi apenas mais, o quinto deles.
Somos os animais mais inteligentes que já pisaram na face do nosso planeta azul, em compensação, somos também os mais cruéis e mais irresponsáveis.
Cruéis porque matamos pelo simples prazer de matar, caçamos animais até a extinção, derrubamos e queimamos árvores cuja importância nem sequer chegamos a descobrir e poluímos os rios com mercúrio, substância que, todos sabemos, arrasa com tudo por onde passa e eliminamos as nascentes de água, fonte primária e indispensável da vida.
Realizamos processos industriais que dizemos serem “de alta tecnologia”, mas que deixam resíduos venenosos que vão perdurar por dezenas ou centenas de anos.
Já provocamos eventos acidentais com radiação nuclear que nos deixaram de herança locais onde, muito provavelmente, nunca mais o ser humano poderá habitar.
Somos irresponsáveis porque temos a mais absoluta consciência do que estamos fazendo, quais as suas consequências, como evitar que ocorram, sabemos que há soluções alternativas, mas, mesmo assim, preferimos os métodos mais poluentes, venenosos e mortais, para nós mesmos, nossos descendentes e para animais e plantas simplesmente porque são mais econômicos, mais “eficientes” ou mais rápidos.
Pra que tanta pressa pra morrer?
Sim, o ser humano vai desaparecer e, estou certo de que, lentamente, a natureza retomará o que lhe pertence por direito e, lamentavelmente, não poderemos ver um mundo novamente verde, habitado por seres muito mais racionais do que nós e que, hoje, chamamos de irracionais.
Ora, quem é irracional mesmo?