Já corri muito por este mundo afora.
Enfrentei dragões travestidos de pessoas e pessoas fingindo ser cordeiros. Alguns que juravam “de pé junto” serem meus amigos até à morte e outras que, ao primeiro olhar, sem sequer me dirigir uma única palavra, declaravam-se, mesmo sem falar, que eram e que seriam meus inimigos para sempre.
Vi e vivi momentos que espero nunca ter que repeti-los tamanha a dificuldade e desfaçatez do ser humano. Vi a mentira estampada cinicamente no rosto de quem se dizia “pessoa honesta e do bem”. Falsidades inimagináveis, descaramentos, inveja estampada de olhos arregalados.
Vi ladrões de ideias. Você já viu isso? Alguém já lhe roubou uma ideia? Já?
Se, sim, então você sabe do que eu estou falando. Eles estão lá, nas reuniões, à espreita, esperando que alguém (pode ser você mesmo) insinue algo interessante para, então, com uma inacreditável habilidade fazerem todos acreditarem que, quem deu aquela ideia fantástica, foi ele. Mesmo que o sujeito não tenha o menor trejeito para o assunto e não saiba, nem de longe, como colocá-la em prática. E, impressionante, em poucos minutos todos esquecerão que você é o autor daquela ideia e passam a acreditar que foi o usurpador de ideias que a pôs à mesa.
Sim, eu vi isso muitas vezes e, espero, nunca mais tenha que ver novamente.
Existe ainda uma outra situação que é aquela em que o sujeito (ou a sujeita) tem o dom de dominar as reuniões e não deixam a reunião progredir porque a ideia dele não foi aceita e, depois, saem todos dizendo que tiveram uma reunião altamente “produtiva”.
Ah, sim! Há também aquele outro que, por ser incompetente, isola-se em seu gabinete (normalmente eles ocupam cargos de chefia) e não recebem ninguém. Sempre tem um “cupincha” que ouve o que acontece no ambiente de trabalho e levam para o tal sujeito que, quase sempre é extremamente mal-humorado, ou melhor, finge ser, porque o que ele não quer mesmo que aconteça é a exposição de toda a sua incompetência e incapacidade de sustentar uma discussão sadia e voltada para o bem comum.
Sei. Você está achando que eu estou amargurado e com uma enorme dor de cotovelo, não é?
Não, não é isso. É que, hoje, finalmente, após longos anos de trabalho, tendo convivido com pessoas de todas as espécies (algumas nem humanas são, hehehe) aprendi a me manter longe de situações assim.
Não quero mais participar de reuniões tensas, intermináveis, improdutivas, em que você tem que lutar como um leão para provar que aquela “excelente” ideia do ditador vai causar prejuízo ou buscar meios par se livrar dos usurpadores de ideias.
Não. Definitivamente, eu não quero mais isso.
Hoje eu só quero PAZ.