A vida nas cidades grandes passa e não percebemos.
Quantas vezes nos surpreendemos e perguntamos a nós mesmos: “Mas já é quarta feira? – ou – “Já estamos em maio?”.
A quantidade de informação que recebemos é tão grande que, para processá-la, eficientemente, nos esquecemos de viver.
Muitos de nós viemos de pequenas cidades do interior onde “a vida passa lentamente” e, em regra geral, temos saudade.
Sim, temos saudade das brincadeiras de rua, dos banhos de rio, de soltar pipas, etc.
Aqueles, que como eu, tiveram que se mudar para uma grande metrópole, por quaisquer que tenham sido as razões, hoje sentem saudade e almejam terem uma casa em um canto tranquilo para descansar ou – essa é a verdade – finalmente verem a vida passar.
Sim, precisamos assistir a vida passar.
Não precisamos passar a vida inteira nesse corre-corre desenfreado do dia-a-dia, preocupações de toda ordem, ter que chegar sempre na hora, sofrendo em engarrafamentos intermináveis e suportando desaforos desnecessários pelos quais não passaríamos se tivéssemos ficado em nossas cidadezinhas.
Então vem a pergunta: – Por que foi mesmo que nós saímos de lá?
Aí vem mil respostas.
– Eu precisava estudar.
– Eu estava cansado daquela cidade onde nada acontecia.
– Eu queria ver o mundo.
Etc, etc. e etc.
Agora chegamos à conclusão que o bom mesmo é estar em uma cidade pequenina onde todos se conhecem, onde podemos acordar com uma orquestra de pássaros, ouvir o barulho da chuva ou, simplesmente, contemplar as incansáveis águas daquele riozinho que “ passava perto da casa de meus pais”.
Que saudade!
Lutamos para sair das pequenas cidades de nossas vidas e conseguimos.
Passamos a vida inteira correndo pra lá e pra cá nas cidades grandes, lutando para sobreviver, conseguir uma casa, uma família, criar os filhos e, agora, queremos voltar para um lugar tranquilo como aquele que Deus nos deu quando morávamos com nossos pais.
Claro que nem todo mundo pensa assim. Alguns nasceram para as cidades grandes. Gostam do barulho, das multidões, trânsito, etc.
A vida é assim mesmo, mas, neste momento, estou escrevendo para você, que, como eu, tem saudade e deseja uma vida tranquila em um lugar calmo, onde se possa ouvir e curtir uma chuva caindo.
Aquele barulho da chuva batendo nos telhados, caindo na rua, o cheiro da terra molhada e, depois, o canto feliz dos pássaros.
Espetacular!